Com certeza você já deve ter brincado de atacar aquelas bolinhas verdes conhecida como mamona nos seus coleguinhas, certo? E também deve ter ficado encucado com o nome da banda “Mamonas Assassinas”, mas saiba que não foi por acaso que na época a banda foi nomeada com esse nome.
Essa bolinha verde é uma planta muito conhecida como pé de mamona (Ricinus communis), mas também por mamoneira, carrapateira, carrapato e rícino que produz a toxina ricina, considerada uma das mais potentes toxinas de origem vegetal, mas é muito difícil definir uma planta como a mais venenosa, uma vez que até hoje o ser humano não foi capaz de desvendar os inúmeros mistérios da natureza, porém, por enquanto essa planta é conhecida como a mais mortal do mundo.
Os principais países produtores de mamona são a Índia (74%), a China (13%), o Brasil (6,1%) e Moçambique (2,5%), sendo que seus principais consumidores são a China, Estados Unidos, França, Alemanha e Japão. No Brasil, a produção está focada no Estado da Bahia (67%), seguida do Ceará (15%), Minas Gerais (11%) e Pernambuco (3%).
Toxina ricina
A semente é extremamente tóxica devido principalmente a uma proteína denominada de ricina, classificada dentro de um grupo especial de proteínas denominadas RIPs (Ribosome-Inactivating-Proteins) ou proteínas inativadores de ribossomos. Quando purificada ela chega a ser mortal mesmo em mínimas doses.
O óleo é de difícil digestão e chega a provocar diarreias, porém, o maior perigo está concentrado na toxina ricina, isso no caso de ingestão da semente. Segundo especialistas, mais de três sementes podem matar uma criança e mais de oito um adulto.
A exposição acidental à ricina é altamente improvável há não ser que, a fabricação da ricina e seu emprego seja exclusivo na intenção de envenenar uma pessoa propositalmente. A forma mais comum de envenenamento é por ingestão acidental das sementes, podendo também ser injetada, adicionada a alimentos ou até mesmo dissolvida em líquidos. O envenenamento com ricina não é transmitido de pessoa para pessoa por contato.
Uma exposição a quantidades razoáveis de ricina pode causar graves danos a órgãos e ocasionar a morte. Doses inaladas ou injetadas de 500 microgramas também pode levar uma pessoa à morte. Os sintomas de envenenamento pode aparecer cerca de 6 a 8 horas após a exposição da ricina. A enfermidade provocada por esse veneno pode durar dias ou até mesmo semanas.
No ser humano, a morte pode ser lenta, causando convulsões e falência das funções do fígado e de outros órgãos. A mamona como é acessível por qualquer uma pessoa e pode ser encontrada em uma variedade de lugares, como no Brasil pode ser facilmente extraída e elaborada, podendo ser usada inclusive em uma guerra biológica.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico laboratorial pode ser executado de várias formas, diretamente nos derivados da mamona e no sangue de pessoas que tenham tido contato com a toxina. Mas, não existe um tratamento específico, o envenenamento por ricina é tratado com cuidados médicos de apoio, tais como auxílio para respirar, administração de líquidos por via intravenosa e medicamentos para tratar o inchaço.
Até hoje não foi produzido um antídoto exclusivo conhecido. Na medicina a ricina tem se destacado entre um grupo de proteínas tóxicas que vêm sendo usadas com o objetivo de matar células indesejadas, ou seja, as células cancerígenas. Para chegar ao objetivo, a toxina é ligada a um anticorpo que reconhece especificamente a célula que se deseja eliminar, possibilitando que a ricina penetre a célula e provoque a toxidez.
Curiosidades da mamona
1. A ricina é estudada como possível substância ativa de medicamentos, assim como a abrina e a pulchellina, mas também pode ser usada como arma química.
2. Durante a Guerra Fria em 1978, Georgi Markov, escritor e jornalista búlgaro que vivia em Londres, morreu após ser atacado por um homem que injetou a ricina em sua perna com a ponta de um cabo de guarda-chuva. Há relatos de que a substância também foi usada na Guerra Irã-Iraque, durante os anos 80.
3. A atriz americana Shannon Guess Richardson, foi condenada no Texas, a 18 anos de prisão por enviar cartas envenenadas com ricina ao presidente Barack Obama, ao então prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, e a Mark Glaze, ex-presidente da associação Prefeitos Contra as Armas Ilegais – um ativista a favor do controle das armas de fogo nos EUA. Shannon foi considerada culpada em dezembro de 2013, por posse de veneno.
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