Chicungunha ou chikungunya, é uma infecção causada por um arbovírus, do gênero Alphavirus (Togaviridae), que é transmitido aos seres humanos pelos mosquitos do gênero Aedes. Até pouco tempo atrás havia sido detectado somente na África, na Ásia Oriental e na Índia, onde sua transmissão era principalmente urbana, envolvendo os vetores Aedes aegypti e Aedes albopictus.
A transmissão do vírus chicungunha ocorre através da picada de insetos-vetores do gênero Aedes, que em cidades é principalmente pelo Aedes aegypti e em ambientes rurais ou selvagens pode ser por Aedes albopictus. Embora a transmissão direta entre humanos não esteja exposta, há de se considerar a possibilidade da transmissão in utero da mãe para o feto.
No Brasil
Os primeiros casos confirmados aconteceram em 2010, com dois pacientes do sexo masculino, (de 41 e 55 anos, em São Paulo) onde apresentaram os sintomas depois de uma viagem à Indonésia. Uma terceira pessoa surgiu posteriormente, uma paulista de 25 anos que esteve na Índia, e acredita-se que tenha contraído o vírus lá. De lá para cá, milhares de casos vem surgindo.
Sintomas
Os sintomas da febre chicungunha são característicos de uma virose, e, portanto, difícil de diagnosticar no começo. Inicialmente, a pessoa tem febres acima de 39 °C, repentinamente, dores intensas nas articulações de pés e mãos, dedos, tornozelos e pulsos, dores de cabeça, dores musculares e manchas vermelhas na pele.
Diferentemente da dengue, doença viral transmitida pelos mesmos mosquitos vetores, uma parte dos indivíduos infectados pode desenvolver a forma crônica da doença, com a permanência dos sintomas, que podem durar entre 6 meses e 1 ano.
O período de incubação do vírus é de 4 a 7 dias, e a doença, na maioria dos casos, é auto-limitante. A mortalidade em menores de um ano é de 0,4%, podendo ser mais elevada em indivíduos com patologias associadas.
Veneno de escorpião
Em setembro de 2017 foi realizado o XX Congresso Brasileiro de Infectologia no Rio de Janeiro, onde pesquisadores afirmaram que o veneno do escorpião tem a capacidade de tratar dores da chicungunha, de acordo com pesquisas realizadas por esses especialistas. Experiências clínicas foram demonstradas durante o Congresso para comprovar essa descoberta.
O Ceará, que recentemente passou por um surto da doença, teve casos de pessoas que foram picadas por escorpião e relataram que sentiram uma melhora significante no sintoma de dor crônica articular causada pela chicungunha.
Esses casos aconteceram com moradores de Independência, município localizado no Sertão do Ceará, sendo assim, levaram alguns especialistas da Universidade Estadual do Ceará (UECE) a criar uma força-tarefa para investigar se a toxina encontrada no veneno do animal peçonhento pode ser útil para tratar as dores intensas nas articulações deixadas pela chicungunha.
Esses casos foram mencionados durante o XX Congresso Brasileiro de Infectologia que acreditam que após as picadas de escorpiões, essas pessoas teriam tido uma melhora nas dores crônicas articulares causada pela chicungunha. Foram tantos casos, que o professor da UECE e presidente da Sociedade Cearense de Infectologista da UECEA, Érico Arruda também se interessou e iniciou uma intensa investigação sobre os possíveis benefícios da picada de escorpião.
Deixar comentário