Londres é atualmente uma das grandes capitais culturais e econômicas do mundo e também uma das mais seguras. Mas saiba que nem sempre foi assim. Na Idade Média, a cidade foi se destacando das outras devido ao alto índice de violência que assolavam as ruas de Londres, segundo um estudo realizado pela Universidade de Oxford.
Os pesquisadores analisaram diversos crânios encontrados e, em 25% dos casos, eles descobriram restos de ferimentos graves ou mesmo os sinais do motivo da morte. Este é um percentual muito elevado em relação aos outros crânios encontrados nos cemitérios de outras cidades europeias, onde a média de crânios feridos é de cerca de 20%.
Quase todos estes restos com sinais de violência vieram de cemitérios populares, onde as pessoas enterradas eram consideradas de classe baixa. Além disso, o estudo de alguns documentos preservados com registros das datas dos enterros revela que segunda-feira foi o dia em que os coveiros trabalharam mais.
Os homicídios variavam de ataques premeditados a brigas em tavernas que acabavam em desastre, principalmente no domingo à noite, daí o motivo para o trabalho redobrado dos coveiros na segunda. Muitas vezes, eram episódios bastante comuns que deram terrivelmente errado. Em 1304, por exemplo, Gerlach de Wetsfalia, dirigente de uma igreja na diocese de Salzburg, solicitou perdão por ter matado um colega estudante muitos anos antes, quando uma luta de brincadeira com espadas terminara em tragédia.
A prevalência do álcool e o fato de muitas pessoas andarem armadas com punhais e outras facas, são apontados como um dos motivos pelo alto índice de violência, uma vez que não existiam forças policiais permanentes como hoje em dia, e em muitos casos, a captura de um criminoso só acontecia quando tinha a cooperação da comunidade.
Nos séculos XIV e XV a Inglaterra também foi destaque devido o domínio das assustadoras gangues que muitas vezes introduziam pessoas nobres e de boas famílias. Essas gangues atacavam as zonas rurais, saqueando, roubando e deixando longos rastros de sangue. Em 1332, a gangue Folville, que era composta por jovens sem escrúpulo algum e que se julgavam os donos da lei foram acusados de sequestrar um funcionário real; a mesma quadrilha já teria matado um barão do tesouro público.
Mas, a dimensão mais violenta da vida medieval talvez tenha sido na aplicação da lei, onde eram utilizadas seus próprios rituais repulsivos. A punição tinha a intenção de ser esplêndida, onde eram aplicadas penas de enforcamento, mas que também eram usadas outras formas mais criativas para exterminar os criminosos. Em muitas áreas da Europa, os culpados de falsificação de dinheiro eram fervidos vivo.
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