A morte será para sempre uma questão misteriosa e intrigante, na qual até hoje ninguém conseguiu decifrá-la. São vários questionamentos ao longo dos anos sobre o acontece após a morte. Muitas religiões tem suas próprias filosofias a cerca dela, mas nada de concreto foi concluído. Os cientistas apenas encontraram algumas explicações bastante curiosas sobre o processo da morte. Alguns são interessantes, outras instigantes, e algumas simplesmente bizarras.
1. Preservação do corpo
Em algumas pessoas, a adipocere, também conhecida como cera cadavérica, que é uma substância similar a uma cera, formada por organismos e bactérias anaeróbicas a partir da hidrólise de gordura encontrada nos tecido, como o tecido adiposo de cadáveres pode se formar um mês após a morte.
A formação de gordura em uma ocorrência de adipocere, surge melhor em um ambiente sem a presença de oxigênio e altos níveis de umidade, como fundos pantanosos ou lama sedimentada no fundo de lagos, ou em espaços lacrados como túmulos e catacumbas, podendo ocorrer em casos de múmias embalsamadas ou sem tratamento.
Esta substância pode ser branca, cinza ou amarela, e tem uma consistência variável. Uma vez formada, ele contribui para a preservação do corpo e pode mantê-lo intacto por vários anos.
Quando o corpo começa o processo de decomposição as células de gordura libera enzimas e quebra os triglicéridos em ácidos graxos saturados e insaturados em um processo chamado hidrólise. A hidrólise em condições específicas continuará até que todas as moléculas se transformem em ácidos gordos, e esses ácidos insaturados reagirão então com o hidrogênio para formar os compostos que produzem a adipocere. Consequentemente, retardando o processo da decomposição e resistindo a ação bacteriana que de outra forma começaria a atacar o corpo.
Os corpos mais propensos a passar por esse processo são os de mulheres, crianças e pessoas obesas. No caso das pessoas obesas a formação de adipocere se dá devido ao alto teor de gordura. Para a ciência forense, a utilização da formação de adipocere, é importante para definir o intervalo postmortem, porém essa estimativa é limitada porque a velocidade desse processo depende de temperatura. Ou seja, é acelerado em altas temperaturas, e impedido em temperaturas extremas.
2. Rigor mortis
Rigor mortis é a rigidez do corpo que ocorre cerca de sete horas após a morte, devido ao endurecimento muscular e que desaparece no período de um a seis dias, quando tem início a decomposição do corpo. O endurecimento do corpo após a morte, é causado por uma perda de adenosina trifosfato, um processo que força os músculos do corpo a contrair-se e tornar-se rígido. Após esse período o corpo inverte o processo e retorna a um estado de flacidez.
Um corpo em que a temperatura ainda esteja quente vai endurecer mais rapidamente do que um corpo em um ambiente mais frio. É por isso que as vítimas de afogamento são muitas vezes ainda flácidas quando puxadas para fora da água, mesmo se o corpo estiver submerso por vários dias. Essa rigidez também é mais rápida se houve intensa atividade física perto do momento da morte.
A ciência forense usa esse método para determinar o momento da morte: Se um corpo estiver rígido, a vítima provavelmente morreu em 48 horas. Este método é impreciso, pois exitem outros fatores que podem afetar a linha do tempo da morte.
3. Descoloração
É quando o sangue restante do corpo não é mais bombeado através das veias depois que o coração parou de funcionar. Isso faz com que o sangue em resposta à gravidade crie manchas roxas escuras nessas áreas, mas a descoloração pode variar de vítima para vítima, dependendo da sua posição depois do óbito. Por exemplo, um corpo que está de costas mostrará lividez em lugares que tocam o chão ou a superfície em que estão. Se a vítima fosse enforcada, o sangue apareceria nos pés, nas pontas dos dedos e nos lóbulos das orelhas.
Ao contrário do rigor mortis, a lividez pode ser fixada no corpo de 8 a 12 horas após a morte. Certos venenos podem deixar a descoloração com cores diferentes, o que pode ajudar o forense a determinar a causa da morte. O monóxido de carbono vai transformar as áreas de lividez na cor rosa cereja.
4. Bactérias
Seu corpo está cheio de bactérias, e assim que você morrer os micróbios começam a proliferar no intestino e começam a comer o corpo de dentro para fora. Logo após, as bactérias na pele ou do ambiente do corpo começam a decompor o corpo de fora para dentro.
Esse fato não ocorre quando estamos vivos porque o nosso sistema imunológico só deixa de funcionar quando morremos, sendo assim, as bactérias só prosperam em temperaturas quentes, e após a morte não produzimos mais calor.
Enquanto vivos, nosso corpo luta constantemente contra as bactérias nocivas que tentam nos atacar, e depois da morte, não temos mais como nos proteger desses ataques, ficando expostos a elas.
5. Inchamento
Os corpos normalmente incham cerca de quatro dias após constatada a morte. Isso acontece devido a um acúmulo de gases e líquidos liberados por autólise, onde o pâncreas e outros órgãos preenchidos com enzimas digestivas se quebram.
O inchaço se inicia pelo abdômen e vai aumentando gradualmente. A decomposição do tecido vai descolorindo a pele e vão surgindo bolhas, enquanto o fluído dos pulmões sai da boca e nariz, criando um cheiro horrível. A temperatura mais quente do ambiente aumenta a taxa de inchamento, e quando a temperatura cai, acaba retardando esse processo.
Os insetos como as moscas são atraídas pelo mau cheiro que o corpo exala no decorrer desse inchamento. Segundo especialistas, os papagaios depositam os ovos nos corpos no início do processo de decomposição e que alguns besouros vivem nos cadáveres depois de começarem a secar. A ciência forense usa diversos tipos de insetos infestados em um corpo para determinar o tempo aproximado da morte.
Como um corpo entra nos estádios tardios do inchaço, também começa a putrefação, que é o processo de decomposição ou apodrecimento. Nessa altura, a pele é maioritariamente desaparecida, e o corpo entra em colapso sobre ele mesmo. Pessoas obesas tendem a decair mais rapidamente do que aquelas mais magras ou de peso médio, e os cientistas dizem que isso ocorre porque eles têm mais líquido em seus corpos, onde é favorável ao processo de autólise.
6. Morrendo de medo
Quando uma pessoa se encontra em uma situação de medo intenso, seu instinto tenta lutar ou fugir daquela situação. Isso faz com que uma grande onda de adrenalina deixe o corpo imune, ocorrendo então um aumento na frequência cardíaca, dilatação das pupilas e aumento do fluxo sanguíneo para os músculos.
No momento em que essa adrenalina é liberada também acontece a abertura dos canais de cálcio no coração que causam a contração do músculo cardíaco. Em uma situação mais forte de adrenalina, é contínuo esse bombeamento através do corpo, e os canais de cálcio não vão se fechar e os músculos do coração serão incapazes de relaxar. O que pode levar o indivíduo a desenvolver uma arritmia, ou seja, o coração não bater em determinado compasso, podendo acarretar à queda da pressão arterial e perda de consciência.
As pessoas com problemas cardíacos pré-existentes são mais propensas a resultados extremos de adrenalina, mas isso não quer dizer que um indivíduo saudável não corre o risco de morte por arritmia. E saiba que o meno não é o único culpado, pois qualquer emoção extrema causada por coisas como ruídos altos ou um evento esportivo, pode desencadear uma reação.
7. Como morremos?
Normalmente morremos da doença que mais mata no mundo que é a cardíaca. Mais de 8 milhões de pessoas morreram em 2015 vítimas dessa doença, representando mais de 15% das 56,4 milhões de mortes ocorridas naquele ano. A doença cardíaca pode assumir diversas formas, mas, em última análise, ela restringe o fluxo sanguíneo para o coração e aumenta o risco de um ataque cardíaco. Seus fatores são vários, como o colesterol alto, diabetes, o tabagismo, a pressão arterial elevadas e até mesmo as doenças hereditárias.
A segunda doença que mais mata é o AVC (Acidente Vascular Cerebral), seguido pelas infecções respiratórias, a doença pulmonar obstrutiva crônica e câncer de traqueia, pulmão e brônquios. As demais englobam as doenças diarreicas, tuberculose, doença de Alzheimer e derrames cerebrais.
8. Pensamentos posteriores
Segundo estudiosos, a pessoa que sofreu uma decapitação pode permanecer consciente por alguns segundos após a sua morte. Mas cientistas contrariam essa tese, dizendo que é impossível que isso ocorra uma vez que a perda de sangue e oxigênio faria com que o cérebro entrasse em coma instantaneamente, porém estudos recentes demonstram que pode sim existir alguma verdade por trás dessa afirmação.
Para comprovação dessa tese, cientistas holandeses fizeram um experimento em 2011 com camundongos, onde eles mediam as ondas cerebrais desses animais antes e depois da decapitação, e curiosamente encontraram atividade cerebral de níveis conscientes nos ratos por aproximadamente quatro segundos após suas cabeças terem sido cortadas.
Já um estudo em 2002 mostrou que as células cerebrais poderiam sobreviver por várias semanas após a morte em um laboratório. Mas, as células cerebrais sobreviventes de um laboratório são diferentes das atividades conscientes na vida real. Além disso, alguns cientistas acreditam que os movimentos ocorridos após a morte são apenas espasmos musculares que acontecem involuntariamente quando o corpo desliga.
9. Corpos no Monte Everest
Acredita-se que exista mais de 200 cadáveres perdidos no Monte Everest. Eles se encontram congelados no tempo, milhares de metros acima do nível do mar. O número sombrio de mortos do Everest está se tornando impossível de ignorar. O caso mais famoso é o do indiano Tsewang Paljor, que morreu em uma grande tempestade de neve em 1996. Quando a neve está em um nível mais baixo, os alpinistas tem que passar por cima das pernas estendidas do corpo de Paljor para continuar sua caminhada até o cume, tanto na ida quanto na volta.
Em mais de 8.800 metros do nível do mar, o Monte Everest é a montanha mais alta do mundo. Desde a década de 1950, mais de 4.000 pessoas subiram o monte e cerca de 216 pessoas morreram na escalada. Os corpos são deixados frequentemente no Everest porque existe um grande risco à equipe de resgate para chegar onde os corpos estão. O ar é tão fino que perto do topo as células cerebrais começam a morrer por falta de oxigênio.
10. Probabilidade
A probabilidade de você morrer por um ataque de tubarão é muito irrelevante. Pra você ter ideia, nos Estados Unidos cerca de 16 ataques de tubarão são registrados por ano, com menos de uma fatalidade a cada dois anos, estatisticamente comprovado. Porém, as máquinas de venda automática, por outro lado, registram aproximadamente 2,18 mortes ao ano.
Muitas outras causas representam um maior risco de morte do que os ataques de tubarão, como queda de cocos com cerca de 150 mortes por ano, as vacas matam 20 pessoas por ano e as abelhas são responsáveis por quase 100 mortes por ano. Curiosamente, quase 6.000 pessoas morrem apenas por tropeçar e cair em casa, e os mosquitos matam mais de 800.000 pessoas por ano, principalmente devido à malária nos países em desenvolvimento.
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