Violet Constance Jessop, uma Argentina e Irlandesa nascida em 2 de outubro de 1887, na Bahia Blanca, foi uma comissária de navio e enfermeira que alcançou notoriedade por ter sobrevivido a três naufrágios em 1911, 1912 e 1916, respectivamente.
Era filha de William e Katherine (“Kelly”) Jessop, oriundos de Dublin que haviam emigrado para a Argentina na década de 1880 para tentar a sorte na criação de gado ovino. Violet era a mais nova de nove filhos, tendo três morrido à nascença. Violet contraiu tuberculose com uma tenra idade mas, apesar das previsões dos médicos que apontavam que a criança só teria alguns meses de vida, sobreviveu à doença.
Mas foi no ano de 1911 que tudo começou a acontecer. Veja a incrível história de sobrevivência dessa comissária de navio.
RMS Olympic (1911)
Jessop entrou ao serviço da White Star Line em 1910, para trabalhar durante 17 horas por dia, recebendo mensalmente cerca de £231 à €280 por mês. Começou a trabalhar a bordo do RMS Olympic que era na época, o maior navio de passageiros do mundo, sendo aproximadamente 30 metros maior do que qualquer outro navio.
Mas em 20 de setembro de 1911, quando estava a bordo do navio, ele colidiu com o HMS Hawke próximo da Ilha de Wight. Como o Hawke era um navio menor, foi sugado pelas pás das hélices do Olympic.
Consequentemente, dois dos compartimentos estanques do Olympic ficaram expostos ao mar e parte das suas hélices teria ficado torcida; a proa do Hawke ficou completamente destruída. Apesar do grave acidente, o navio conseguiu a tempo deslocar-se até ao porto de Southampton.
RMS Titanic (1912)
Violet sentia-se realizada com o trabalho a bordo do Olympic, e não tinha intenção de trabalhar para o novo navio da White Star Line, o RMS Titanic, idêntico ao Olympic, só que bem maior e mais esplêndido. Mesmo passando por um grande susto no ano anterior, Violet aceitou trabalhar no Titanic como comissária de navio.
No dia 14 de abril de 1912, o Titanic colidiu com um iceberg. Quando ocorreu a colisão, Violet recebeu ordens para subir ao convés, onde constatou que os passageiros se encontravam aparentemente calmos. Mas, pouco tempo depois, as comissárias presenciaram a separação das famílias, onde as mulheres e crianças foram prioridades no salvamento, sendo colocadas em alto mar em pequenos botes.
Posteriormente, um oficial ordenou que ela entrasse no bote de número 16, e somente após cerca de oito horas, Violet e os outros passageiros foram salvos pelo RMS Carpathia, um navio que os resgatou do mar.
HMHS Britannic (1916)
Durante a Primeira Guerra Mundial, Violet juntou-se à Cruz Vermelha Britânica, onde trabalhou como enfermeira. Em 1916, estava a bordo do navio-hospital HMHS Britannic quando o navio atingiu uma mina marinha e afundou no Mar Egeu.
Mais uma vez ela conseguiu se salvar quando subiu em um bote salva-vidas, mas, quando o bote foi arremessado ao mar, foi sugado contra as hélices do navio. Violet imediatamente se jogou do bote, mas a sucção levou-a a bater de cabeça contra a quilha do navio. Violet ficou inconsciente temporariamente, porém, um dos outros botes salva-vidas conseguiu retirá-la do mar e salvá-la.
Mesmo após tanta sorte e praticamente renascer a todos esses acidentes, Violet não parou de trabalhar em navios. Ela trabalhou para a White Star Line, depois na Red Star Line e, por fim, na Royal Mail Lone. Durante o seu emprego na Red Star Line, Violet embarcou em dois cruzeiros à volta do mundo no maior navio daquela companhia, o SS Belgenland.
Ela teve um casamento desastroso na década de 1920, do qual não teve filhos. Em 1950, aposentou-se em Great Ashfield em Suffolk. Violet Jessop faleceu de Insuficiência cardíaca a 5 de maio de 1971.
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