Antigamente, para extrair um dente era simplesmente assustador. Não existiam especialistas somente para os dentes, como os denominados dentistas, existiam os barbeiros, de acordo com o diretor e curador do IMOSP (Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo), Paulo Bueno.
Antigamente
Há alguns séculos, os médicos não se interessavam em cuidar dos dentes das pessoas e se recusavam a examinar as bocas, provavelmente deveriam ser bocas nada higiênicas. A profissão de dentista e suas especialidades não existiam na época e então o tratamento dental era feito de uma forma bem precária, com requintes de tortura e de uma maneira bem amadora.
Não existiam exames para saber a real situação do dente, então, os problemas identificados a olho nu, nem sempre eram diagnosticados corretamente, sendo assim, a solução para todos os problemas dentais se resumiam em “extração do elemento problemático”, sem anestesia e às vezes, com as próprias mãos.
Escovar os dentes? Não, nada disso existia, as pessoas não se preocupavam com a higiene bucal, o que algumas pessoas faziam era somente um bochecho básico com água que ia beber e engolia a mistura, então, isso ocasionava dentes careados e apodrecendo.
Responsável pelas extrações
Como naquela época eram os barbeiros que cuidavam da extração dos dentes, os casos terríveis de dores e inflamações eram todos resolvidos por esses profissionais. Os médicos não queriam a responsabilidade de tratar pessoas com problemas dentários e muito menos colocar a mão dentro da boca delas. Os barbeiros então aceitaram esse desafio, uma vez que eles já eram conhecidos por cuidar da cabeça das pessoas, pois cortavam barba e cabelo.
De acordo com estudiosos, eles afirmam que naquela época era extremamente comum “amarrar na cadeira” os braços dos pacientes que seriam submetidos a uma extração dentária. Os instrumentos utilizados praticamente não eram esterilizados e quando esterilizados era bem precário, passando a ponta dos instrumentos sobre a chama de uma lamparina.
Os barbeiros faziam extrações sem nenhuma anestesia, sem nenhum conhecimento e sem nenhum instrumento específico para a extração. A pessoa tinha que aguentar a insuportável dor sentada na cadeira da barbearia.
“Se o dente doía por qualquer motivo, eles acreditavam que poderia ser uma infecção e que por isso seria necessário arrancar aquele dente. Não faziam a mínima ideia de que tipo era a infecção e nem sabiam a forma de curá-la. Na hora de retirar o dente, eles chegavam a estourar a boca da pessoa com instrumentos improvisados e até quebravam outros dentes sadios, era um horror”, comenta Paulo.
Por sorte, em meados de 1910, a anestesia injetável local foi inventada e o sofrimento enfim foi amenizado. E só nesta época é que começaram a surgir os primeiros “médicos” especializados em cuidar dos dentes das pessoas, ainda bem, não é?
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