A Arca de Noé (Hebraico bíblico: Tevat Noaḥ) é o barco na narrativa do dilúvio citado na Bíblia em Gênesis (capítulos 6-9) pelo qual Deus guardou Noé, sua família e todos os animais a escaparem da destruição do mundo.
Conforme é relatado em Gênesis, Deus ensinou e orientou Noé a construir uma arca para que fosse enfrentado uma grande inundação sete dias antes. Deus falou para Noé entrar na arca com sua família e um casal de cada espécie de animais, que todos seriam salvos. A história passa a descrever a arca navegando durante o dilúvio e o posterior recuo das águas, até seu encalhe no Monte Ararat.
A embarcação teria espaço para 70 mil animais, apesar de parecer pouco, a arca conseguiu comportar uma grande biodiversidade de espécies.
De acordo com as informações narradas pela Bíblia, as medidas da arca eram de 150 m de comprimento, 25 m de largura e 15 m de altura, semelhante a um navio médio de carga atual.
Deus orientou Noé fazê-la de “gofer”, termo hebraico para cipreste, pinho ou cedro. Se fosse de cipreste, teria cerca de 1.200 toneladas, segundo físicos da Universidade de Leicester (Reino Unido). Depois, Noé untou o navio de betume, um petróleo que brota da terra e que seria de resina protetora.
Prevendo que os animais tivessem o tamanho médio de uma ovelha, a arca provavelmente comportaria cerca de 35 mil animais, conforme informa os autores do livro The Genesis Flood (“A inundação do Gênesis”, sem tradução para o português).
Calculando o peso de todo esses animais no mesmo ambiente, a arca levou aproximadamente 50 mil toneladas, equivalente a 2,15 milhões de ovelhas, com peso de 23,50 kg cada.
Para alimentar esses animais e mantê-los, seriam necessárias quase 12,7 toneladas de comida durante o ano em que ficaram enclausurados. Sendo assim, estudiosos acreditam que a dimensão da arca era semelhante a um transatlântico.
Pecados
De acordo com a Bíblia, a humanidade começou a se multiplicar incontrolavelmente e dessa forma Deus acabou vendo isso como um grande problema, além disso, o pecado era só aumentava, e não agradava a Deus de maneira alguma. Ele resolveu então cortar o mal pela raiz e mandar um dilúvio para extinguir a raça humana. Mas Deus viu que Noé era um homem de coração puro e resolveu poupá-lo.
Início de uma nova vida
Então Deus mandou uma chuva que durou 40 dias e 40 noites, onde o dilúvio encobriu até as montanhas mais altas. Mas essa grande jornada durou mais tempo e a arca atracou em terra firme após 370 dias.
Onde a arca atracou?
A Bíblia narra as montanhas do Ararat como o local em que a arca enfim parou depois do grande dilúvio. Por isso, o monte Ararat, na Turquia, é extremamente famoso e vive recebendo curiosos e exploradores. Mas, há controvérsias, existem especialistas que afirmam que a arca jamais existiu e se existiu, nunca será encontrada, uma vez que seus restos teriam apodrecido muito tempo.
As espécies salvas
Veja quantas e quais são:
1,2 milhão de espécies catalogadas
5,5 mil de mamíferos
1 espécie de mamífero para cada 312 espécies de artrópodes
Mas o total de espécies pode ser bem maior. Estima-se que ainda não foram catalogadas: 91% das espécies aquáticas e 86% das espécies terrestres.
Animais salvos
Em um trecho da Bíblia Noé diz para pegar A parte que fala dos animais é controversa. Em um trecho, Noé deveria pegar um casal de cada espécie de animais. Mas em outro momento diz que teria que ser sete casais de cada animal puro e um de cada impuro. Salvo exceções, puros eram os animais que ruminavam, que tinham casco com fenda, barbatana ou escamas.
Os animais impuros seriam: camelo, coelho, porco, cachorro, rato, lagosta, urubu, lagarto e os puros: veado, boi, gafanhoto, bode, bacalhau, ovelha, galinha, pato.
O que diz a ciência
Muitas partes da Bíblia foram adaptadas ao longo dos anos, portanto a saga da arca deriva de textos mesopotâmicos, onde os problemas com dos deuses com os homens não era o coração impuro, mas o barulho que eles faziam. Para acabar com a gritaria, a solução foi o dilúvio. Um dos deuses, Enki, instruiu Atrahasis a construir uma arca para os animais.
Segundo Irving Finkel, cientista do Museu Britânico que decifrou a história, a arca seria redonda. Ele explica que é possível que um desastre tenha inspirado a narrativa: uma enchente nos rios Tigre e Eufrates ou uma inundação há mais de 5 mil anos, em que a água do Mediterrâneo teria invadido com fúria o Mar Negro.
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