Tudo indica que a acepção livreira de sebo (do latim sebum, “gordura”) entrou em circulação em meados do século 20, quando a leitura à luz de velas já era história antiga. Quando derretidas, engorduravam, ensebavam os livros.
Porém essa explicação parece não ser verídica, uma vez que a palavra “sebo” se popularizou na década de 1960, quando a luz elétrica já existia no país.
Há também a tese levantada pelo etimologista brasileiro Silveira Bueno, que explica o sentido de a palavra “sebenta” ter vindo de Portugal, onde é sinônimo de apostila, caderno de apontamentos das lições dadas em sala de aula.
Silveira Bueno teria buscado a origem do termo no português arcaico “assabentar”, isto é, instruir, o que é interessante. Mas ele em nenhum momento sugere que se recorra à etimologia de “sebenta” para explicar sebo. Além do fato de a primeira palavra ser portuguesa e a segunda, brasileira, apostilas usadas nunca foram itens característicos de tal tipo de comércio.
Mas o escritor e etimologista Sérgio Rodrigues e Eurico Brandão Jr., herdeiro do Sebo Brandão, criado no Recife há mais de 60 anos, a teoria mais simples parece ser a mais provável. O termo teria surgido como uma brincadeira a partir da ideia de que livros muito manuseados ficam cheios de gordura, sujos.
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