O terrível acidente aéreo com o Concorde da Air France

O dia 25 de julho de 2000 ficou marcado na história da aviação para sempre devido um acidente com um Concorde que partiu do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, com destino a Nova York, nos Estados Unidos, matando ao todo 113 pessoas. A aeronave supersônica transportava 109 pessoas.

O Voo Air France 4590 correspondia a um voo regular da companhia Air France, de Paris a Nova Iorque, feito com uma aeronave modelo Concorde.

O acidente

No aeroporto de Paris às 14h42 (UTC), a tripulação é autorizada a decolar rumo a Nova Iorque, após um reparo do motor nº 2 da asa esquerda e inicia a rolagem pela pista nº 26. Minuto após decolar, a torre verifica que a asa esquerda está em chamas e comunica o piloto, mas como não havia pista suficiente para abortar o procedimento, os pilotos optaram por levantar voo, mesmo com a asa esquerda em chamas.

Em seguida, a tripulação comunica falha no motor nº 2 e a aeronave prossegue o voo em baixa altitude. O comandante comunica que tentaria um pouso de emergência no aeroporto de Le Bourget (aeroporto mais próximo), mas o Concorde perde altura e ruma para a comunidade parisiense de Gonesse.

A asa esquerda começa a ser tomada drasticamente pelas chamas, e começa a se decompor, comprometendo seriamente os comandos de voo, além da perda de potência dos motores, o avião vai se inclinando para este lado. Apesar de todos os esforços dos pilotos, o voo 4590 cai em um hotel de Gonesse. Morreram no acidente 109 pessoas a bordo do avião e mais 4 que estavam no hotel.

Investigações do acidente

Apurou-se nas investigações que, cinco minutos antes do Concorde decolar, um DC-10 da companhia Continental, de prefixo N 13067 havia decolado também na mesma pista e sentido. Mas, acreditasse que na decolagem do DC-10, uma peça de metal de cerca de 43 cm de comprimento tenha se soltado da carcaça de proteção do reversor de seu motor direito (motor nº 3) e caiu na pista.

Quando o Concorde estava a 85 m/s (306 km/h), instantes antes da decolagem, o pneu nº 2, localizado no trem de pouso principal esquerdo, atingiu a peça de metal caída na pista. O pneu explodiu e um pedaço de borracha de 4,5 kg atingiu a asa esquerda da aeronave, onde se localizava o reservatório de combustível nº 5. O pedaço de borracha teria rompido alguns fios gerando faíscas, consequentemente o fogo na asa.

Com a grande ruptura na parte do tanque de combustível devido ao impacto do pedaço do pneu, uma grande deformação se formou na sua superfície externa e consequente movimento do combustível, gerando um violento golpe de pressão hidrodinâmica.

Com o incêndio sob a asa da aeronave aconteceu a perda de empuxo do motor 2 e em seguida do motor 1. Portanto, a impossibilidade de recolher o trem de pouso, talvez tenha contribuído para o confinamento e a permanência das chamas durante todo o voo.

A tripulação tentou desesperadamente um pouso de emergência no aeroporto mais próximo, mas a aeronave, sem força nos motores 1 e 2, não conseguiu ganhar altura e velocidade. Após a perda de potência também dos motores 3 e 4, a aeronave caiu sobre um hotel, a 9,5 km da cabeceira da pista em que havia decolado.

Após o acidente, o Concorde sofreu algumas modificações e 15 meses depois do acidente ele voltou ao serviço de passageiros. Porém, em 10 de abril de 2003, Air France e British Airways decidiram juntas encerrar os voos comerciais do Concorde, uma vez que a economia já não era a mesma, o custo de manutenção era elevado e o voos não eram mais tão frequentes.

A Air France encerrou os voos do Concorde em 31 de maio de 2003 enquanto que a British Airways encerrou os voos em 24 de outubro de 2003.

Ação judicial

Em 6 de dezembro de 2010, a Continental Airlines e um de seus mecânicos foram condenados pela corte francesa por homicídio culposo pela participação no acidente.

O mecânico-soldador John Taylor foi condenado a 15 meses de prisão e a Continental ao pagamento de multa de 200 mil euros às famílias das vítimas. Mas a empresa aérea qualificou a decisão como extremamente absurda e anunciou que iria entrar com recurso.

Os promotores franceses responsabilizaram a companhia aérea pela peça metálica que teria caído na pista antes do concorde decolar, ocasionando o acidente fatal, segundo o relatório final do BEA. O encarregado de manutenção da Continental, Stanley Ford acabou sendo inocentado.

Em 29 de novembro de 2012, o tribunal francês recuou naquelas decisões e isentou a companhia norte-americana de qualquer culpa no acidente, acatando o recurso dos norte-americanos, cujo argumento era que o avião já teria irrompido em chamas antes de atingir o pedaço de metal e que a Continental estava a ser usada como bode expiatório para proteger a indústria de aviação francesa.

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