As aranhas aveludadas podem se sacrificar para alimentar seus filhotes, quando a situação é crítica e não tem o que se comer. Elas permitem que suas crias comam lentamente sua carne para que os pequenos sobrevivam em tempos de fome. Mesmo eles sendo adotados, eles não hesitam pelo meio de sobrevivência, além de suas mães, os filhotes também chegam a se alimentar de suas tias.
Alimento escasso
Essa espécie de aranhas (Stegodyphus dumicola) têm uma vida muito curta, e por diversas épocas do ano o alimento é bem escasso. Um grupo de cientistas constatou que as fêmeas dessa espécie mesmo sem filhotes ajudam as mães em ninhos comunais. Este tipo de cuidado, porém, foi classificado pelos pesquisadores como “extremo e suicida cuidado materno”, conhecido como matrifagia.
Quando chega na situação de não existir alimento, a aranha mãe produz seu corpo para os famintos filhotes, de modo que eles a comam enquanto ela ainda está viva. Esse ritual em que elas acabam sendo devoradas se prolongam de geração para geração.
Um pesquisador da Trine Bilde da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, reforça que “embora as fêmeas vivas sejam literalmente comidas, elas não apresentam hábitos agressivos. Todo processo ocorre de uma forma natural, como se ela estivesse os convidando para se alimentar. “
Os cientistas já viram esse tipo de comportamento em outras espécies, mas está foi a primeira vez que eles viram as fêmeas que adotam outros filhotes, que não tem vínculo maternal nenhum se sacrificarem para alimentá-los.
De acordo com os pesquisadores, este é um mecanismo evolutivo, porque, mesmo não sendo de sua descendência, do ponto de vista genético, é a coisa mais próxima que elas terão na vida, portanto, elas realizam esse sacrifício para que a sua genética sobreviva às próximas gerações como alimento.
Outra hipótese
De acordo com o biólogo Jonathan Pruitt da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, a outra hipótese é a de que as aranhas devem ser provavelmente muito burras para perceberem que aqueles não são seus filhotes. Acredita-se que as fêmeas não conseguem identificar seus próprios ovos dos das outras. Porém, mesmo se as fêmeas produzirem seus próprios ovos, ainda existe a chance delas ajudarem seus parentes, uma vez que a colônia é composta de indivíduos próximos geneticamente.
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