O primeiro serial killer já registrado foi o brasileiro José Augusto do Amaral, mais conhecido como “Preto Amaral”. Ele nasceu em Conquista, Minas Gerais em 1871 e faleceu no dia 12 de julho de 1927, em São Paulo e é considerado o primeiro assassino em série brasileiro.
A história de “Preto Amaral” é contada no livro Serial Killers Made in Brazil, de Ilana Casoy. Amaral morou em vários estados brasileiros e na Argentina, Bolívia e Uruguai, até chegar em São Paulo, onde matou três meninos entre dezembro de 1926 e janeiro de 1927.
Amaral era filho de escravos do Congo e Moçambique. Quando tinha 17 anos foi beneficiado da Lei Áurea da Princesa Isabel para ser alforriado. Mas, sem muitas opções de trabalho, acabou se alistando no exército brasileiro e acabou participando da Guerra de Canudos. Abandonou por diversas vezes os batalhões que serviu, seja no exército, ou na guarda policial e, por fim, acabou preso e passando meses na cadeia.
Em 1926, já com 55 anos, ele levava uma vida de andarilho e para sobreviver fazia bicos, mas foi nesse mesmo ano que ele teria cometido seu primeiro crime. Amaral foi acusado de estrangular e sodomizar um rapaz de 27 anos. Seu corpo foi encontrado nas proximidades do Aeroporto Campo de Marte.
As mortes
Foram encontrados atos de necrofilia (violação de cadáver) em alguns dos corpos ainda quentes das vítimas de Amaral, sendo assim, levando os investigadores a uma linha de investigação para localizar e prender o assassino. Ele foi cometendo mais crimes com características parecidas, como tentativa de estrangulamento e atentado violento ao pudor, porém um desses rapazes que ele tentou violentar conseguiu escapar da morte, e em seguida foi até a delegacia denunciá-lo.
Logo depois esse episódio ele foi preso, torturado pela polícia e acabou confessando os seus supostos crimes. Amaral já era temido por muitas pessoas na cidade de São Paulo antes mesmo de ter sido preso. Os grandes jornais da época estampavam notícias sobre um assassino em série na cidade e o mesmo já tinha as alcunhas na mídia local de “O Mostro Negro” e “O Diabo Preto”.
Estudo psiquiátrico
Após sua prisão, ele foi analisado pelos psiquiatras que, numa dessas consultas, ouviu uma história que ele contou sobre o tamanho exagerado de seu membro sexual, e que devido à isso sempre teve muitas dificuldades de se relacionar com as mulheres. Além disso, e também relatou que quando criança, passou por uma “macumba”, e que depois disso seu membro não parou mais de crescer.
A população revoltada queria o seu linchamento ou morte, mas Amaral acabou morrendo antes mesmo de acontecer seu julgamento de tuberculose, cinco meses após sua prisão em 1927. Apesar de não ter ocorrido seu julgamento, ele foi considerado o primeiro serial killer já registrado no Brasil e hoje sua história faz parte do Museu do Crime, em São Paulo.
Depois de 85 anos após as acusações dos crimes que chocaram a cidade de São Paulo, foi realizado um júri simulado no Salão Nobre da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, e Amaral foi absolvido por 257 votos contra 57 pela condenação.
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