Conheça a terrível história dos “Órfãos de Duplessis”

Órfãos de Duplessis foi um famoso caso que ocorreu na década de 40 e ficou conhecido como o caso de crianças órfãs canadenses. Cerca de 20.000 crianças órfãs foram vítimas de um esquema em que foram declaradas falsamente como doentes mentais pelo governo da província de Quebec, no Canadá, e aprisionadas em instituições psiquiátricas.

História

O caso iniciou na década de 1940 dando continuidade em 1960. O primeiro ministro de Quebec, no Canadá, Maurice Duplessis, juntamente com a Igreja Católica Romana, desdobrou um forte esquema de corrupção, onde eles recebiam um financiamento federal por manter crianças em instituições psiquiátricas.

Essas crianças foram retiradas a forças de suas mães porque eram filhos de mulheres solteiras. Elas eram confinadas em hospitais Católicos e registradas como “órfãos” e também rotuladas como deficientes mentais em tais hospitais.

Muitas dessas crianças foram obrigadas a submeterem a diversos experimentos médicos sem consentimento. Os Hospitais psiquiátricos católicos realizavam experimentos bárbaros, com choques elétricos, injeções de drogas como a clorpromazina e LSD, esterilização química, e lobotomias nas crianças.

Parte desses experimentos faziam parte do programa de pesquisa de controle da mente humana criado pela CIA, o Projeto MKULTRA. Os testes realizados nas crianças órfãs eram feitos no Allan Memorial Hospital, em Montreal, ligado a Universidade McGill.

Esses experimentos eram tão potentes que muitas crianças chegaram a morrer. Um dos sobreviventes, Sylvio Albert Day, que ficou órfão logo ao nascer e que foi criado nos hospitais, foi obrigado a trabalhar no Hospital St. Jean de Dieu quando adolescente. Ele relatou que sua função era a de mover os corpos das vítimas que sofreram as experimentações.

Mais tarde, ele narrou todas as atrocidades que ocorreram dentro dos hospitais psiquiátricos católicos. Disse que em um período de três meses, chegou a locomover 67 corpos de órfãos-meninos e meninas, homens e mulheres jovens, algumas crianças com apenas cinco anos de idade em que eram retiradas diretamente de salas de cirurgia e de eletrochoque, e levadas diretamente para o porão do hospital, onde ele lavava os corpos em preparação para a venda para a Universidade de Montreal e para a Universidade McGill. onde partes do corpo foram removidas.

Ação Judicial

Na década de 1990, aproximadamente 3.000 sobreviventes começaram uma campanha buscando trazer ao público os fatos ocorridos, quando alguns dos órfãos pesquisaram arquivos e encontraram cópias de seus registros médicos que tinham sido falsificados.

No início, o governo de Quebec se recusou a reconhecer as barbáries relatadas pelos sobreviventes, porém devido a imensa repercussão que o caso começou a tomar através de vários protestos organizados, em 1999 o governo acabou fazendo uma proposta para as vítimas, onde ele se prontificava a pagar cerca de mil dólares pelos danos causados como uma forma de compensação para cada um.

Obviamente, essa proposta incoerente foi rejeitada e o público criticou duramente o governo na época. Além disso, o governo se recusou a realizar um inquérito. Mas, em 2001, as vítimas receberam um aumento da proposta, onde ele se prontificou a pagar 10.000 para cada uma das vítimas, mais um adicional de 1.000 para cada ano em que foram mantidos presos de forma ilegal na instituição mental.

No final, a oferta chegou a cerca de 15.000 dólares por órfão mas se limitou a pagar somente os 1.100 órfãos que o governo admitiu como deficientes mentais. As vítimas que sofreram abusos sexuais e outros tipos de abusos não receberam nenhuma proposta e nenhuma compensação pelas atrocidades ocorridas nos hospitais psiquiátricos.

O Governo Quebec se negou a julgar os casos envolvendo atividades criminosas, mas os sobreviventes das perversidades e crueldades continuam uma campanha intensa pela exumação dos corpos das crianças mortas durante os testes.

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